Tributo a Camões (Volume 2, Estrofe 62)

Data 04/06/2025 20:55:37 | Tópico: Poemas

Mais abaixo os menores se assentavam

Mais perfume tinham que as flores do chão
Ali iam foices, chuços, varapaus e coragem
Indignação feita do luto que traziam na voz
Suplício e dor num pranto de povo sem pão
As saudades embutidas no olhar selvagem
Bravuras e lusa loucura por heranças avós

Atentem à catraia de Simães em rubra veste
Irada qu’ia mulher moça de fusca na cintura
Xacocos esses mofinos por tão lusíada visão
Olhai bem o destrato que ao bom povo deste
Ó vós Cabrais e pais dessa infame ditadura
Sedentos de tal ouro que ao povo fora ilusão

Milagres assim dão-nos homens e mulheres
E deles se escreve tão heroic’o seu caminho
Nota Luiz Vaz quantos lusos te são o futuro
Os que sem espada te dão o que lhes deres
Recamada alma igual entre teu sul e Minho
E os que validos dela te fazem o chão puro

Saiba a história de tais donzelas sua graça
Saiba Portugal a cor de seu sangue valioso
E que no dilúculo ecoe a fome de liberdade
A Angelina que erguia esta pátria na praça
Secando corpos e almas dum ócio injurioso
Seguida por tantas matronas sem vaidade

Eram iguais Joaquina Carneira e Milagreta
Novas e velhas e pares de Custódia Teresa
Também umas Marias, qual Mota e a Vidas
Aliadas à Joana Ana de tanta vida secreta
Vozes todas na taberna a inebriar a defesa
À conta da Luiza Balaio e quentes bebidas

Muitos caminhos se fizeram assim imortais


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