Cedência

Data 25/05/2025 15:25:24 | Tópico: Poemas



Na soez rua de pele rude e nevoenta
Correm chiascos de poderosos gumes
E a alma nua, achada em tais volumes
Se deixa ao corte frio, não desatenta...

A cada golpe dado, a veia sangra
O visco atroz, fluído de ser palavra
e vai tonando a terra onde se lavra,
Crendo fazer segura a sua angra.

Talvez 'sperando toas para amarra,
Dessas qu' inda nao vê, nem vê a barra...
Lá pousa, parcos de ancora, os navios!

Extrema, dá o mote à tempestade...
Sem aviso, a obra feita p'la vontade,
Cede ao tempo o amor sem corrupios!




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=378246