Os braços abertos à dor do mundo

Data 30/05/2025 16:17:43 | Tópico: Sonetos

Os braços abertos à dor do mundo,
Acenantes ao navio que vem,
Costado azul, já a proa se vê bem,
Quatro hélices cortando o mar sem fundo.

Vestida vem a sereia de leão,
Nenhuma âncora tem para aportar,
E lá vindo, vindo rasgando o mar,
Por mim passa a riqueza no galeão.

De súbito uma gaivota me leva,
E num decidido voo sobre a treva,
Vislumbra uma escotilha aberta e franca;

Larga-me assim dos céus, desamparado,
Aterro a bordo e sem qualquer cuidado,
A almirante apitando então arranca.

30 de Outubro de 2000



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