Sonetos : 

Os braços abertos à dor do mundo

 
Os braços abertos à dor do mundo,
Acenantes ao navio que vem,
Costado azul, já a proa se vê bem,
Quatro hélices cortando o mar sem fundo.

Vestida vem a sereia de leão,
Nenhuma âncora tem para aportar,
E lá vindo, vindo rasgando o mar,
Por mim passa a riqueza no galeão.

De súbito uma gaivota me leva,
E num decidido voo sobre a treva,
Vislumbra uma escotilha aberta e franca;

Larga-me assim dos céus, desamparado,
Aterro a bordo e sem qualquer cuidado,
A almirante apitando então arranca.

30 de Outubro de 2000

 
Autor
ViriatoSamora
 
Texto
Data
Leituras
31
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.