
É preciso andar devagar em Cáceres
Data 10/06/2025 21:02:01 | Tópico: Poemas -> Dedicatória
| Cáceres desperta devagar, Como quem sonha ainda de olhos abertos. Suas ruas são murmúrios do tempo, E o rio Paraguai — espelho antigo, Carrega segredos em suas águas largas. Na beira do majestoso Rio Paraguai, A cidade respira um calor de infância, Com alguns quintais, ainda, Cheios de cajus e silêncios, Onde o vento conta histórias De barcos, de santos e de assombrações. Cáceres tem um jeito de olhar para gente Como quem já sabe o que escondemos. Entre igrejas de pedra e árvores centenárias, Ela escuta — paciente, O que nem dizemos em voz alta. Ali, o pôr do sol é uma cerimônia. Pintura viva sobre águas calmas, Onde garças pousam como se fossem canções. A cidade toda vira oração, Feito um salmo entoado em silêncio. É preciso andar devagar em Cáceres, Pois o tempo se dobra em suas esquinas. E quem corre, perde a chance De ouvir o canto dos tuiuius, O deslizar suave dos jacarés Ou ver o rio sorrindo à lua. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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