
O silêncio nas engrenagens
Data 11/06/2025 17:27:04 | Tópico: Poemas -> Intervenção
| Há um silêncio que range Entre os dentes das engrenagens, Como se a vida mastigasse devagar os instantes. Não é ausência de som, Mas uma pausa suspensa Entre um suspiro e outro do mundo. Enquanto a máquina da existência hesita, O silêncio mora nos intervalos, Feito semente no asfalto, Sonhando com raízes Que rompem a precisão do ferro. O barulho do mundo é constante, Mas é no quase ruído que nos revelamos, Somos mais do que movimento: Somos espera, falha, vertigem. Entre o tic e o tac, Há uma eternidade calada. Ali, o coração se pergunta: Isso é vida, ou apenas o hábito de continuar? O silêncio nas engrenagens Não é defeito, É memória, é escuta, É a alma da máquina que por um instante Lembra que também já foi humana. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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