Neste sábado de aleluia sou

Data 17/06/2025 17:43:00 | Tópico: Sonetos

Neste sábado de aleluia sou
Mais do que um simples e ignóbil insecto,
Que toda a vida num punho cerrou,
Entre o chão, as paredes e o tecto.

Vagabundo nas planícies do afecto,
Indeciso entre ir e chegar, estou
Prostrado, como um impávido objecto,
Na luz redentora que me cegou.

Amanhã serei Cristo renascido,
Com chagas ocultas e ar etéreo,
Um fogo-fátuo de cemitério…

Mas mesmo que seja este o meu império,
Por tudo o que foi assim vivido,
Em ti adormeço, agradecido.

13 de Dezembro de 2005



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=378678