Neste sábado de aleluia sou
Mais do que um simples e ignóbil insecto,
Que toda a vida num punho cerrou,
Entre o chão, as paredes e o tecto.
Vagabundo nas planícies do afecto,
Indeciso entre ir e chegar, estou
Prostrado, como um impávido objecto,
Na luz redentora que me cegou.
Amanhã serei Cristo renascido,
Com chagas ocultas e ar etéreo,
Um fogo-fátuo de cemitério…
Mas mesmo que seja este o meu império,
Por tudo o que foi assim vivido,
Em ti adormeço, agradecido.
13 de Dezembro de 2005