
A liberdade da estátua
Data 24/06/2025 16:37:33 | Tópico: Poemas
| Indo e vindo do batente, Levado por um trem movido à gente, Sou diariamente Arrastado pela frente Da estátua da liberdade. Encaro a estátua, Olho para aquele braço erguido E sinto os sentidos adormecidos. Naquele braço erguido Não vejo um aceno, um cumprimento; Vejo uma demarcação, uma invasão, Um descobrimento. Eu me vejo naquela mão Que é uma sonda em meu torrão. Miro a estátua, Sinto a pressão alta. A coroa na cabeça da estátua me remete ao passado. sinto o meu suor sugado. Os olhos da estátua parecem piscar para mim. A imagem é de coisa ruim. Parecem piscar para mim, Mas não dizem oi; dizem: livre você nunca foi. Você trabalha para um fim E não passa de um meio. Saio de mim, Não me vejo no espelho. Vou e volto do batente espremido E com um gosto amargo nos sentidos.
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