Poemas : 

A liberdade da estátua

 
Tags:  poesia social  
 
Indo e vindo do batente,
Levado por um trem movido à gente,
Sou diariamente
Arrastado pela frente
Da estátua da liberdade.
Encaro a estátua,
Olho para aquele braço erguido
E sinto os sentidos adormecidos.
Naquele braço erguido
Não vejo um aceno, um cumprimento;
Vejo uma demarcação, uma invasão,
Um descobrimento.
Eu me vejo naquela mão
Que é uma sonda em meu torrão.
Miro a estátua,
Sinto a pressão alta.
A coroa na cabeça da estátua me remete ao passado.
sinto o meu suor sugado.
Os olhos da estátua parecem piscar para mim.
A imagem é de coisa ruim.
Parecem piscar para mim,
Mas não dizem oi; dizem: livre você nunca foi.
Você trabalha para um fim
E não passa de um meio.
Saio de mim,
Não me vejo no espelho.
Vou e volto do batente espremido
E com um gosto amargo nos sentidos.

 
Autor
magnoerreiraal
 
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