Sem destinatário

Data 04/07/2025 15:56:56 | Tópico: Poemas



É neste quase-nada

que o corpo reaprende o peso da sombra

o frio da espera

a vertigem de escrever

sem destinatário.




Memórias estilhaçam-se

num tempo interior

que pulsa no silêncio.




Reza-se uma oração

sem fé




apenas para não esquecer a voz.




A espreitar um universo suspenso

entre o instante

e o infinito.




Escavam-se camadas

de uma luz imóvel




num ritual

de existir

entre escombros.








Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=379008