Poemas : 

Sem destinatário

 


É neste quase-nada

que o corpo reaprende o peso da sombra

o frio da espera

a vertigem de escrever

sem destinatário.




Memórias estilhaçam-se

num tempo interior

que pulsa no silêncio.




Reza-se uma oração

sem fé




apenas para não esquecer a voz.




A espreitar um universo suspenso

entre o instante

e o infinito.




Escavam-se camadas

de uma luz imóvel




num ritual

de existir

entre escombros.






 
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idália
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Enviado por Tópico
MÁRIO52
Publicado: 04/07/2025 17:43  Atualizado: 04/07/2025 17:43
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 Re: Sem destinatário
Quando o corpo se desprende da mente, e divaga num vacum entre memórias, é sombra que vagueia no silêncio, da sua própria inquietação.

Gostei bastante, amiga idália.

Abraço.

Mário Margaride