Desci ao fundo do poço Deslizei numa vasta escuridão Minha alma tinha sede Só encontrou ressequidão
Chorei as esperanças perdidas Em versos a gotejar A poesia recém nascida Ouvia-me a soluçar
Abandonei-me à sorte Esquecida da vida Entreguei-me à morte Haveria saída?
Senti aquecer-me a face E num instante de clareza Dissiparam-se as névoas No confronto com a incerteza
Por entre as lágrimas avistei Um ínfimo de sol a brilhar Morreram-me nos lábios o sal E meu coração voltou a pulsar
Já não tinha nós na garganta De todos os males me libertei E com garras afiadas O topo eu galguei
E essa claridade se fazia maior Na proporção da escalada E quando o poço ficou para trás Ah, segui rumo oposto às lágrimas
honey.int.sp
Imagem retirada do Google.
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