Nunca digo teu nome

Data 10/07/2025 22:46:01 | Tópico: Poemas -> Desilusão

Teu nome, quando vem à minha boca,
Vem como um vento que não sabe ser brisa.
Traz a presença da que partiu
E o peso do que não ficou.

Nunca digo teu nome
Sem que o peito se feche um pouco,
Como se ele soubesse que, ao pronunciá-lo,
Eu te chamo do fundo do que restou de mim.

Há nomes que se dizem com leveza,
Como quem dança.
O teu, eu digo com o cuidado de quem pisa
Sobre cacos de vidro escondidos na alma.

Tua presença
Ficou presa nas sílabas do teu nome.
Cada vez que o digo, é como abrir a porta
Para uma ausência que nunca me deixou.

Teu nome é uma âncora lançada dentro de mim.
Sempre que tento levá-lo aos lábios,
Algo me arrasta de volta para o fundo.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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