Quando Penélope Dorme

Data 23/07/2025 18:48:44 | Tópico: Poemas

Não fui eu quem cavou as veias,
mas sangro por todas elas.
Não pedi os nomes,
e mesmo assim, levo cada um na carne.
Resíduos de língua,
mordida antes do grito.

Ando com as pernas de quem veio antes
e tropeço nas histórias que esqueceram de contar.

Não me prometam alívio,
não quero pano limpo,
quero o lodo que sustenta a raiz.

Barro
Febre
Ruído entre partida e destino.

Tece teu esquecimento, Penélope...
Eu costuro cicatriz.




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