
O dia e a noite, o Sol e a Lua
Data 26/07/2025 23:37:57 | Tópico: Poemas
| . Acordo madrugada cedo à janela, sento-me observo pessoas e coisas e árvores enquanto como o café e o cigarro
as árvores agitam-se – vento e ainda é noite o sol já ameaça dos lados direitos nascer e traz o dia
e o dia é sempre a mesma ladainha chora desenfreadamente à luz que nasce sem pai ou mãe órfão e filho da natureza, chora
Espero ainda depois de ver o sol nascer, o dia não tem disciplina mas o sol tem
disciplinado, envia a luz e afugenta a noite em volta que regressa por inércia segue atrás da lua como se não tivesse vida sua E tem?
A noite não chora, demora a noite não cresce, esmorece ela não desce nem sobe estática, só compreende o tamanho da lua potencial, só entende a posição da sua vizinha, em sonhos só
Pesadelo seria não conseguir dormir depois da leitura prévia ao deitar insona, insonorizada, insonsa. Partir É hora de ir embora agora e lamentar o ciclo da vida, quotidiana, sempre a parir jeitos e preceitos em que não se quer pensar só sentir o tempo passar para depois seguir para o seu lugar
Fiquei todo o dia à janela a fumar à noite não dormia porque a janela não estava nela e batia sem parar Fui ver A lua cheia, gorda e prenha, luzia perto. A janela mal fechada e o quarto aberto
Deixei assim para que um ou outro pudessem entrar exceto o dia que só nasceria na hora combinada por isso, agora nem sequer existia em nada
só eu e a noite cansada e cigarros sem café para o enfado se não dormir como fada com tudo e até príncipe encantado
a quem morderia com gosto por entrar no dia e na noite à vontade por me dar este lamento e desgosto esta espécie de mosto que engulo ao jantar por saudade
Do sol que só chora de chupeta Da lua que tem manias de cometa Do dia que passa em pranto Da noite que vem e traz sempre outro tanto
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