AMESQUINHADO

Data 04/08/2025 17:28:20 | Tópico: Sonetos

AMESQUINHADO

Tinha já tão pequeno o coração,
Que não podia sentir senão aos poucos.
Depois de ver mais sábios os mais loucos,
Parece indiferente à escuridão.

Dos grandes sentimentos, a ilusão
Clamara às multidões a brados roucos.
Hoje, com olhos vis e ouvidos moucos,
Isola-se na própria percepção.

Guarda vaga memória de quem fora
Ou do que defendera vida afora,
Antes de se perder na realidade.

Pois, se o amor que era pouco se acabou,
De si para consigo, o que restou
É qualquer coisa em vão como a saudade.

Betim - 02 08 2025



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