Teleromance

Data 04/08/2025 22:53:19 | Tópico: Poemas

O conto que me contavas
encheu-se de versos
e pareceu uma novela,
e ela por ela,
rezaram-se terços
de joelhos e contadas favas.

A novela aparente
respirava emoção
e crescia como infante que se amamenta;
verso ante verso na mente
tinha ares de canção
em que se canta sal e pimenta.

Estava à vista
e a lente lenta travava a língua na boca;
arde de manhã, de tarde, de noite,
num sempre criado por artista
[coisa louca]
Açoite.

Num cem número de capítulos
houve espaço para uma história a dois:
suor, sexo,
paragonas e títulos
sem antes nem despois
e, até, alguma falta de nexo.

Num infinito de palavras caras e baratas,
crias que fosse um romance
e a última frase, antes do Fim, era cheia.
Entre desertos e matas,
rios e marés de longo alcance
era uma epopeia.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=379679