. Sinto sempre as amarras Cabos que me puxam Enquanto tento correr Fugir das cabras que dão leite Sair do celeiro onde dorme o burrico Passar entre a roupa branca Estendida e pendurada Ao sol a sul Onde se estendem também os cães Que não se penduram Sinto sempre as amarras
Como as ovelhas por tosquiar Que me cercam e me cobrem caminho Com um ruído que já não posso O badalo e o balido
Fujo
Fujo da desesperança
Da última descrença final De que já não sou daqui Da falta de pertença De quem me diz fica e vai, alternadamente De quem me beija para me morder De quem me toca para que me queime De quem me puxa as amarras
De quem me empurra para o poço De quem me aperta o pescoço E diz que me ama