O pacto

Data 13/08/2025 23:44:48 | Tópico: Poemas

O firmamento pede os olhos
que se cede na sede
de se ganhar o infinito.

Coisas preciosas chegam
sem preço...
Ou semipreciosas,
porque o valioso nunca
escapa da balança.

Um espelho embaça-se
em algo que passeia no tempo
e circula no imo humano:
desejos, pedidos e promessas
em palavras de cristal.

Do livro milenar
recortei um pacto:

Ana dobra os joelhos.
Na dobra não deita apenas o corpo.
Dobra a própria vida
em voto

Um filho está no pedido.
O impossível não tem contornos.
Sem tê-lo, já o entrega
naquele altar erguido com lágrimas.

No ventre infértil
injetou a semente imaginária.
Naquele deserto que nem egoísmo havia,
para fazer crescer o que não possuiria

O céu, que pesa a sinceridade,
fertilizou o sonho.
Porque há bençãos que só descem
quando mãos também estão abertas
para soltá-las.




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