
Geografia do sentir
Data 14/08/2025 09:29:32 | Tópico: Poemas
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que chão desvenda os fascínios antigos? por onde caminham os passos do sonho quando a noite escorre pelas veias e a palavra treme na ponta dos dedos?
sou silêncio em sódio puro extensão de falésias interiores onde a dor se acomoda lava quente no ventre da memória.
sem rendas sem refúgio rendo-me à lucidez crua à boca do caos que me acende em nome que não tem rosto.
onde habitas amor sem fonema? sequestro de sílabas nas margens do sono onde morremos
reféns da pálpebra do relâmpago do erro.
sou um corpo estendido na geografia do sentir mãos abertas ao verbo crescente dos poemas que nunca se calam.
aceito as preposições como antídoto.
o veneno já não é meu.
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