Apontas-me em riste o dedo da asneira

Data 18/08/2025 11:28:47 | Tópico: Sonetos

Apontas-me em riste o dedo da asneira,
Busco-te nos olhos sem que te veja,
És na vida quem mais peitos caleja,
Tanto és eterna como passageira.

Tens a marca indelével e primeira,
Por ti os fiéis se ajoelham na igreja,
Não sei onde estás onde quer que esteja,
Nem sei se és a minha última fronteira.

Vou esperar-te escutando os sons da harpa,
No meu alto adarve e peripatético,
Desarmado e com pensamento hermético…

E depois sem qualquer sentido estético,
Antes de embarcar na chata que zarpa,
Saco da pena e espeto-te esta farpa!

22 de Junho de 2010



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