
CIUMEIRA
Data 27/08/2025 21:06:45 | Tópico: Poemas
| Não cobres paradeiro, hora exata Ou cifra alta quando o abraço falta Me fere assim, me sufoca e laça Com ciúme que já virou desgraça
És luz do sol, é mar e mente clara Mas a maré no peito o barco vira Te tornas fiscal do dia e do meu passo E no querer, me chutas ao espaço
A inteligência que há de nos salvar Não calcula, mas sabe bem amar Não há ciência exata, meu amor É a arte simples de nos dar calor.
Teus olhos são farol, mas falta luz Tenebrosa tempestade te conduz Troca a paz por guerra que é incerta Depois fecha a porta antes aberta
Seu castelo é de sonhos, de finura Mesmo longe se vê alta cultura Sentimento sem remédio, sem pudor Se converte em ódio a qualquer rumor
A inteligência que há de nos salvar Não calcula, mas sabe bem amar Não há ciência exata, meu amor É a arte simples de nos dar calor.
Entre o pensar e o sentir há um abismo É preciso a ponte do lirismo Que o coração constrói quando confessa E que a razão sozinha não atravessa
Procuras em mim teu próprio espelho Alguém do teu berço e teu conselho Mas o amor não vive de igualdade Vive é da coragem da verdade
Não me vigies o verso, o porto, a roupa Decifra antes o medo que faz louca A chave não está em meu percalço Mas no monstro que devora nossos pedaços [Que se alimenta da nossa distância]
O ciúme que corrói também te cega Uma fera à solta que ninguém nega Sem cerca, grade, sombra ou medo Mas que vive a vida em mil segredos
A inteligência que há de nos curar Não mede, não pesa — sabe amar Não há teorema para o nosso amor Só a coragem de superar a dor
A inteligência que há de nos salvar Não calcula, mas sabe bem amar Onde falta o encontro, sobra espanto Que se esvai sem jeito nesse canto.
Onde falta o encontro, sobra espanto Que se esvai sem jeito nesse canto A inteligência que há de nos curar Não calcula... apenas sabe amar.
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