No gelo nocturno, numa clareira

Data 01/09/2025 08:52:39 | Tópico: Sonetos

No gelo nocturno, numa clareira,
Várias sombras da não existência
Saúdam dançando a mais presente ausência,
À luz crepitante duma fogueira.

Crê-se no vácuo e na transcendência,
No sonho que se busca a vida inteira,
Na causa da pergunta pioneira,
Na génese remota da demência.

E o fogo vai ardendo em lume brando,
Espantando os insones animais,
Autofágico em solidão crescente…

Outro mais forte o breu virá queimando,
Pincelando a cores originais,
O mundo que assim vemos de repente.

05 de Julho de 2010



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=380205