Pedra. Sombra. Nada.

Data 04/09/2025 13:05:51 | Tópico: Poemas

Não tenho nome.

Sou o véu que se deita sobre a pedra,
sobre o tempo que não regressa.

Carrego silêncios sem rosto,
peles de vento,
sombras quebradas,
solenidade sem som.

Espero sem esperar.
Chego sempre.
Volto sempre.

A minha morada é um banco vazio,
a minha língua, um sopro sem ar.

Não caminho.
Não permaneço.

Sou o interlúdio
entre um olhar e o nada.

Sou o véu transparente.
Sou o véu para nada.
Sou o véu das cinzas.
Sou o véu do último sopro.

Sou silêncio:
pedra.
sombra.
nada.

Não tenho nome,
mas sei qual é o teu.



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