Poemas : 

Pedra. Sombra. Nada.

 
Não tenho nome.

Sou o véu que se deita sobre a pedra,
sobre o tempo que não regressa.

Carrego silêncios sem rosto,
peles de vento,
sombras quebradas,
solenidade sem som.

Espero sem esperar.
Chego sempre.
Volto sempre.

A minha morada é um banco vazio,
a minha língua, um sopro sem ar.

Não caminho.
Não permaneço.

Sou o interlúdio
entre um olhar e o nada.

Sou o véu transparente.
Sou o véu para nada.
Sou o véu das cinzas.
Sou o véu do último sopro.

Sou silêncio:
pedra.
sombra.
nada.

Não tenho nome,
mas sei qual é o teu.

 
Autor
Levant
Autor
 
Texto
Data
Leituras
56
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
13 pontos
1
2
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Aline Lima
Publicado: 05/09/2025 00:21  Atualizado: 05/09/2025 00:21
Administrador
Usuário desde: 02/04/2012
Localidade: Brasília- Brasil
Mensagens: 990
 Re: Pedra. Sombra. Nada. P/Levant
Olá, Levant.
Gostei dessa voz que se assume como véu, pedra, sombra, silêncio… uma presença que existe no limite do nada. Estranho e belo, um assombro que prende a gente.