Deixaste-me a ânsia de me falares

Data 15/09/2025 08:50:29 | Tópico: Sonetos

Deixaste-me a ânsia de me falares,
Se o adeus cabe num poema, meto-o neste,
Trouxe-o pelos caminhos, pelos mares,
Escondido na alma que endoideceste.

A galope, eia! Desapareceste,
Deste-te às sombras dos vultos vulgares,
Disse-me a noite que nela morreste,
E eu sepultei-te em todos os lugares.

Mentirosa e bela a lua, porém,
Deixou-me ver um pouco mais além,
Nas pradarias caiadas de frio…

Não há sinais, somente o vale, o rio,
E um monstro que se ergue do vazio,
Que não sei nem ouso saber de quem.

05 de Novembro de 2010



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=380473