Deixaste-me a ânsia de me falares,
Se o adeus cabe num poema, meto-o neste,
Trouxe-o pelos caminhos, pelos mares,
Escondido na alma que endoideceste.
A galope, eia! Desapareceste,
Deste-te às sombras dos vultos vulgares,
Disse-me a noite que nela morreste,
E eu sepultei-te em todos os lugares.
Mentirosa e bela a lua, porém,
Deixou-me ver um pouco mais além,
Nas pradarias caiadas de frio…
Não há sinais, somente o vale, o rio,
E um monstro que se ergue do vazio,
Que não sei nem ouso saber de quem.
05 de Novembro de 2010