Ver-me-ão em todas as lutas sozinho

Data 17/09/2025 14:14:40 | Tópico: Sonetos

Ver-me-ão em todas as lutas sozinho,
No paradoxo que sou e não me acho,
Ardendo no âmago o incrível fogacho,
O rosto sulcado, sem ser velhinho.

Morro-me calado e devagarinho,
No fio do machado em que me racho,
Vendo-te crescer, Capitão, meu facho;
E eu sempre só fazendo-me ao caminho.

Até que em tanta guerra perscrutada,
A razão das coisas, a loiça fina,
Vem a mim quebrada em mil cacos fúteis…

A luz do fim em tosca pincelada,
Retratando a sépia a minha rima,
Desassombra os amores mais inúteis.

09 de Dezembro de 2010



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