
"A deserção"
Data 12/10/2025 15:38:59 | Tópico: Poemas -> Sombrios
| (...)“Profeta”, disse eu, “profeta — ou demônio ou ave preta! — Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais, A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo, A esta casa de ânsia e medo, dize a esta alma a quem atrais Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!” Disse o Corvo, “Nunca mais”. (...)
O Corvo (Edgar Allan Poe - FP)
A mera ideia de obsessão já não é nada. Por consequência abrupta de apelar e descrer E. A oposição de um conto em hábito de cada É. A fúria, sim. A invariável linha aqui, a arder.
“Ela ludibriou as minhas peças e se fez etérea Me enganou sob sombras alinhadas e descobertas Quis execrar a inteira carta de asas e quedas E me largou sem nome, sem corpo, sem espera..”
Tudo o que avistei foi o fogo dos meus dias Em olhos insanos por trafegarem em insinuação Mas agora, se (re)visitasse o meu túmulo, eu diria:
“Não!” E fosse o corvo ante ao teto que se desfaz Fosse a voz negra de um único “Nunca mais!” Em tempos da guerra que não travo por deserção
Onde nego a carne dela O seu púlpito, o meu chão.
|
|