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"A deserção"

 
(...)“Profeta”, disse eu, “profeta — ou demônio ou ave preta! —
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ânsia e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!”
Disse o Corvo, “Nunca mais”. (...)

O Corvo
(Edgar Allan Poe - FP)




A mera ideia de obsessão já não é nada.
Por consequência abrupta de apelar e descrer
E. A oposição de um conto em hábito de cada
É. A fúria, sim. A invariável linha aqui, a arder.

“Ela ludibriou as minhas peças e se fez etérea
Me enganou sob sombras alinhadas e descobertas
Quis execrar a inteira carta de asas e quedas
E me largou sem nome, sem corpo, sem espera..”


Tudo o que avistei foi o fogo dos meus dias
Em olhos insanos por trafegarem em insinuação
Mas agora, se (re)visitasse o meu túmulo, eu diria:

“Não!” E fosse o corvo ante ao teto que se desfaz
Fosse a voz negra de um único “Nunca mais!”
Em tempos da guerra que não travo por deserção





Onde nego a carne dela
O seu púlpito,
o meu chão.

 
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Philosophem
 
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