Catarse

Data 12/10/2025 22:42:49 | Tópico: Sonetos

Volto aqui no afã de escrever poesia,
Mas o mundo a minha volta agora oprime.
Onde estão o belo, o novo, o sublime?
Em que mata se embrenhou a fantasia?

Cavo a terra ressequida das palavras,
Meço o pulso carcomido do compasso.
Quanta falta faz o abrigo de um abraço?
Quanto vale a esperança que abrigávas?

Sei que o sol que está lá fora não se importa,
E aquece mesmo o sonho esfacelado
Pelas farpas cruas do cotidiano.

Se nas tramas destes versos eu me engano,
Dou vasão a esse meu peito calado,
Lanço fora toda angústia que me corta.

fsalvo


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=380952