Volto aqui no afã de escrever poesia,
Mas o mundo a minha volta agora oprime.
Onde estão o belo, o novo, o sublime?
Em que mata se embrenhou a fantasia?
Cavo a terra ressequida das palavras,
Meço o pulso carcomido do compasso.
Quanta falta faz o abrigo de um abraço?
Quanto vale a esperança que abrigávas?
Sei que o sol que está lá fora não se importa,
E aquece mesmo o sonho esfacelado
Pelas farpas cruas do cotidiano.
Se nas tramas destes versos eu me engano,
Dou vasão a esse meu peito calado,
Lanço fora toda angústia que me corta.
fsalvo