Tantas páginas sinceras sem dedos

Data 13/10/2025 08:11:19 | Tópico: Sonetos

Tantas páginas sinceras sem dedos
Para as desfolhar nesta Primavera,
Disfarçada por cantos e degredos;
O livro da vida com capa austera.

Onde o sentimento mais se venera,
Acendem-se círios por segredos,
Tão longa é a noite da tua espera,
Rendida aos cultos pagãos de bruxedos.

Sabe a sangue a tinta que vos espanta,
Escorre do peito e sobe à garganta,
Evangelhos testigos de pecado…

Rasga-se a página? Essa frágil planta
não merece a sorte passar-lhe ao lado,
Pois que és tu, se pensares um bocado.

04 de Maio de 2011



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=380958