Pediste-me a mão na casa assombrada

Data 21/10/2025 09:52:30 | Tópico: Sonetos

Pediste-me a mão na casa assombrada,
Dois sentimentos irracionais
Fundiram-se para lá dos umbrais,
A dextra na tua esquerda apertada.

Veio o medo irracional, veio o nada
Disperso por ruídos e urros brutais,
E nós, assustados como animais,
Espantámos o susto à gargalhada.

Pedi-te eu depois essa mesma mão,
Onde um dia eu coube, como num ninho,
Chegada a minha vez de sentir medo…

Gentil a deste abrindo-me o caixão,
E aconchegaste a mortalha de linho,
Eis-me vivo, depois de morrer cedo.

13 de Julho de 2011



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