Pediste-me a mão na casa assombrada,
Dois sentimentos irracionais
Fundiram-se para lá dos umbrais,
A dextra na tua esquerda apertada.
Veio o medo irracional, veio o nada
Disperso por ruídos e urros brutais,
E nós, assustados como animais,
Espantámos o susto à gargalhada.
Pedi-te eu depois essa mesma mão,
Onde um dia eu coube, como num ninho,
Chegada a minha vez de sentir medo…
Gentil a deste abrindo-me o caixão,
E aconchegaste a mortalha de linho,
Eis-me vivo, depois de morrer cedo.
13 de Julho de 2011
Viriato Samora