A solidão ecoa nesta sala

Data 23/10/2025 15:49:40 | Tópico: Sonetos

A solidão ecoa nesta sala,
Mora nas paredes e nas vidraças,
Sorve o ar como mil gargantas lassas,
Casa-se com o silvo e nasce a bala.

Nada diz e contudo não se cala,
Conta as epopeias mais as desgraças,
E com estas lentes finas e baças,
Cria-se o indizível; a sua fala.

Nisto batem à porta: Truz! Truz! Truz!
Emoldurou o postigo um capuz,
E o silêncio rachou-se em mil cacos…

Não se viu ninguém, não havia luz;
Só um gadanho e paramentos opacos,
Lembravam aos vivos como são fracos.

25 de Agosto de 2011



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=381144