Sonetos : 

A solidão ecoa nesta sala

 
A solidão ecoa nesta sala,
Mora nas paredes e nas vidraças,
Sorve o ar como mil gargantas lassas,
Casa-se com o silvo e nasce a bala.

Nada diz e contudo não se cala,
Conta as epopeias mais as desgraças,
E com estas lentes finas e baças,
Cria-se o indizível; a sua fala.

Nisto batem à porta: Truz! Truz! Truz!
Emoldurou o postigo um capuz,
E o silêncio rachou-se em mil cacos…

Não se viu ninguém, não havia luz;
Só um gadanho e paramentos opacos,
Lembravam aos vivos como são fracos.

25 de Agosto de 2011


Viriato Samora

 
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ViriatoSamora
 
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