
Respirando o ar do fim
Data 27/10/2025 00:36:13 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Às vezes, é o mundo que morre, não os mortos. Os mortos apenas dormem em silêncio, Guardam o fôlego das estrelas E o perfume das flores que não murcham. Mas o mundo… Ah, o mundo sangra em cada esquina esquecida, Em cada olhar que desaprendeu a ver o céu. Às vezes, é o mundo que apodrece de dentro, Com suas máquinas que devoram o vento, Seus risos ocos, suas promessas sem alma. Os mortos, em sua calma, parecem mais vivos, Porque ainda recordam o que é ser inteiro. Talvez a morte verdadeira Seja continuar aqui, respirando o ar do fim, Caminhando entre ruínas Que ainda fingem ser cidades. Porque às vezes, só às vezes, Os mortos somos nós, E o mundo é apenas o túmulo Que insiste em se mover. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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