O DOCE VENENO

Data 27/10/2025 01:29:30 | Tópico: Poemas


Sorrias...
e eu acreditava
e na tua voz
havia mel e promessa
mas sob o brilho que me enfeitiçava
morava a sombra
fria e distante

Falavas em “sempre” dizias “destino”
e teus olhos
espelhos de calma e paixão
mas cada gesto era um desatino
um teatro montado no meu coração

Beijei-te, cego
em pura devoção
sem ver que o toque
era pura encenação

Teu amor...
uma miragem em pleno deserto
belo de longe
vazio de perto

Agora restam cinzas e disfarces
o eco oco de um “nós” inventado
um amor de vidro
partido em mil partes
reluzindo ainda...
mas já despedaçado.

Mário Margaride


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