
Rasgos de visão
Data 29/10/2025 10:38:09 | Tópico: Poemas
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cala-te oh língua de fogo mordente faz a cruz no peito como a morte que te vive enquanto calares o veio que te segue jamais verás a sede da saudade jamais purificarás a corda que desune deixa esse canto bruno brunir a escapar-te até aos sóis qu'inda não vês e se sombra sobra brilhará no viés quando de pé surgir um rasgo de visão em deserto sem miragens a olhar oásis sou aquele que te cala numa ponta apontada enquanto a corda se estica desejante entre um verso e um cigarro desguarnecido lambo os dedos e passo um passo à frente lambo as rémiges como quem dá de alma o peso certo às direcções de saber ventos e é tudo sopro o que larga a mão até voltar a lamber os dedos
29-10-2025
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