Liturgia do Sopro

Data 03/11/2025 03:04:14 | Tópico: Poemas

Não te mostres inteiro.
Quero o escuro que te move.

Há uma ferida de luz sob a tua pele,
um cansaço de eternidade no gesto.

Encosta-te em mim
como quem refaz o cerco.
Deixa que o ar se incline
e aprenda o teu fôlego.

Não há salvação no que pedes,
mas há febre.
E nela, um templo.

Quando te bebo,
o tempo esquece o corpo.
O chão respira.
Tudo arde,
e o ardor é quieto.



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