Poemas : 

Liturgia do Sopro

 
Não te mostres inteiro.
Quero o escuro que te move.

Há uma ferida de luz sob a tua pele,
um cansaço de eternidade no gesto.

Encosta-te em mim
como quem refaz o cerco.
Deixa que o ar se incline
e aprenda o teu fôlego.

Não há salvação no que pedes,
mas há febre.
E nela, um templo.

Quando te bebo,
o tempo esquece o corpo.
O chão respira.
Tudo arde,
e o ardor é quieto.

 
Autor
Aline Lima
 
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