Arquitetura de Sina

Data 15/11/2025 01:54:30 | Tópico: Poemas

Ninguém me viu partir,
mas ficou o cheiro de terra à porta.
Esqueci um vulto no espelho,
talvez para que lembrassem
que ausência também é forma.

Guardei-me em casas sem telhado,
onde o tempo entra de lado
e a memória acende velas por susto.

Ensinei o silêncio a habitar a ruína,
não por dor, mas por arquitetura de sina.
As paredes, então, aprenderam o céu,
e a altura reteve o que de mim ainda caía.



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