Sem te fazer mal, vens bater-me à porta

Data 18/11/2025 10:55:21 | Tópico: Sonetos

Sem te fazer mal, vens bater-me à porta,
Pancadas fortes de nenhuma mão,
Ninguém vejo, só um vento que corta e
desperta a minha amante solidão.

Queres a tua vida dar-me morta,
Todas as coisas que de nada são,
Pela beira da vala que me exorta,
Tentamo-nos pelo outro lado ou não?

Então falece ao troar duma prece,
A minha força consumida ao osso,
Meu último grito ecoado num poço.

Ah! Quem é vivo nem sempre aparece,
Como o bem que facilmente se esquece,
Sei que estás aí, que gritas, mas não te ouço.

10 de Abril de 2020



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