Sonetos : 

Sem te fazer mal, vens bater-me à porta

 
Sem te fazer mal, vens bater-me à porta,
Pancadas fortes de nenhuma mão,
Ninguém vejo, só um vento que corta e
desperta a minha amante solidão.

Queres a tua vida dar-me morta,
Todas as coisas que de nada são,
Pela beira da vala que me exorta,
Tentamo-nos pelo outro lado ou não?

Então falece ao troar duma prece,
A minha força consumida ao osso,
Meu último grito ecoado num poço.

Ah! Quem é vivo nem sempre aparece,
Como o bem que facilmente se esquece,
Sei que estás aí, que gritas, mas não te ouço.

10 de Abril de 2020


Viriato Samora

 
Autor
ViriatoSamora
 
Texto
Data
Leituras
21
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.