
Molin Blue
Data 20/11/2025 14:18:42 | Tópico: Poemas
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cristal entre dedos sempre carecido de sol só a luz lhe dizia dos vitrais a espelhar a alma nas sebentas ou nos cadernos de sobras brancas restos da escola a espreitar o verão
havia a Bic sempre à espreita a invejosa rival quase de joelhos mais esguia, mais frouxa leve, mas sem aguentar certas ânsias às vezes lá riscava o ar da sua graça já a sua irmã de vitamina C tinha traço peso pluma finura frágil mas as laranjas eram um empecilho impediam a luz e não lhe via o veio
e a Parker aprumo de fraque pompa e circunstância perdia-se na grã-fineza pesava demais sempre em cumprimentos às linhas, aos espaços uma por uma, um por um numa demora espessa lenta demais para as veias inchadas
mas a Molin a Molin era firme bruta que bastasse mas com classe ia de margem a margem sem reclamar da corrente ia, voltava e recomeçava nem que o sangue fervesse punha-se toda azul e quando alimentada de sol o céu descia-lhe e pousava-se todo perante os olhos
desculpem-me as pedras de pixelar servas incondicionais da pressão digital pisadas triliões de vezes sem quebrar as molas de sustento
desculpem-me todas as damas de companhia com as suas vestes murmúrio de escorrer
mas só a Molin sabe...
do fado!
20-11-2025
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