
a árvore
Data 03/12/2025 14:07:15 | Tópico: Poemas
| a árvore
assim se forma de novo a árvore quase a definhar na epiderme outonal adormecida na endoderme invernal
das raízes nasce a extática esperança floresce na derme primaveril de folhas flores e frutos estiais um arraial de pássaros coloridos içando asas bicando frutos chilreiam versos de infinito enquanto os pés se tolhem em noturnos seculares
por detrás da vidraça dos meus olhos deixo-me divagar simples humano tanto me é dado e tão pouco alcanço
sou de aquém o átomo finito nada posso e desta minha ânsia crepuscular ouso gritar sou árvore movediça e voo no espaço sideral enquanto há ciclos verdes…
como se os ramos não apodrecessem como se não morressem para além das franjas frescas enrubescidas e os seus rostos nus sem mais lugar para partos inúteis
meus olhos livres neste espaço sem fronteiras contemplam flores que enfeitam quintais ásperos e mudos
há ramos que ficam braços eternos que se estendem aonde o amor clama há mãos que acariciam que dão seiva da vida há mãos que se dão para que seja eterna a árvore que quase definhava
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