Entre acender e apagar

Data 05/12/2025 00:56:18 | Tópico: Poemas

O amor é espera.
Às vezes, até demais.

Fica parado num canto
como quem segura o fôlego herdado
de um mundo que não sabe de onde veio.

Não avança, não recua e pode ser só isso,
um passo que se recusa ao chão,
a teima de seguir mesmo quando o caminho estreita.

E, se insiste, estraga.
Faz ruído no que era manso.
Remexe o que dormia quieto,
desalinha o que pedia descanso.

Dizem que o amor salva.
Eu digo que ele vive no quase e hesita.
É demora que acende,
é demora que apaga.

No fim ninguém sabe o que sustenta o laço,
se é a espera
ou o estrago.




Depois de um filme que fala de pertencimentos improváveis, do que chega tarde e das demoras que acendem e apagam.




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