
Liturgia da ausência
Data 14/12/2025 11:44:48 | Tópico: Poemas -> Desilusão
| Carrego tua ausência Como um caixão invisível, Um cortejo que nunca termina Dentro da noite que habita meu peito. Tuas lembranças São corvos sobrevoando meu sono, Rasgando o silêncio com asas negras, Enquanto teu nome, morto, Ressoa nas paredes frias da memória. Sinto teu perfume como incenso profano, Ardendo em altares de cinzas, Uma missa obscura celebrada Com as relíquias de um amor desfeito. Não é apenas a vida que me falta, É o futuro sepultado contigo, Os dias que nunca nasceram, As promessas soterradas na terra do esquecimento. Eu caminho entre sombras e velas apagadas, Cultuando o vazio como única herança. Pois o que chamam de amor eterno Não passa de ausência imortal, Um túmulo aceso dentro da carne, Onde repousa o teu fantasma. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
Instagram @poetacacerense
|
|